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150 ANOS DE FÉ E DEVOÇÃO A MÃE ABADIA
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Santuário

Monografia da Paróquia e Santuário Episcopal de Nossa Senhora da Abadia de Água Suja

Depois do Rio das Velhas, considerável volume d'água que retalha o Triângulo Mineiro de SE a NO, o primeiro afluente mais importante à margem esquerda do Paranaíba é o rio Bagagem. Este, poucas léguas abaixo de suas cabeceiras e à margem direita, recebe um pequeno tributo de nome "Água Suja". O córrego de "Água Suja" é alimentado por duas nascentes principais, geralmente conhecidas pelos nomes de "Maria Vicência" a da direita e de "Olho d'Agua" a da esquerda. Estes dois veios d'água, descendo com uma declividade pronunciada a ponto de formarem lindas cascatas, vão unir-se a curta distância de suas cabeceiras para darem vida ao Córrego de "Água Suja". Neste ponto, o Água Suja toma o rumo LO, e vai cair, como fica dito, no rio Bagagem.

Vista panorâmica das cabeceiras do córrego Água Suja

Trecho panorâmico de "Maria Vicência" (Água Suja)

Vista panorâmica do bairro norte de Água Suja

No pitoresco e aprazível vale do Água Suja demoram as importantes jazidas diamantíferas tão decantadas pelo Engenheiro Dr. Luiz Filipe Gonzaga de Campos e pelo Dr. Eugênio Hussak, petrógrafos e mineralogistas dos mais distintos da geração atual. Neste mesmo vale e nas imediações em que as duas cabeceiras, unindo-se, formam o córrego de Agua Suja, a 18° 53' de latitude meridional a 4° 28' de longitude ocidental pelo meridiano do Rio de Janeiro e a uma altitude de 1000 metros aproximadamente, do lado esquerdo do córrego, ergue-se majestoso templo dedicado à Virgem, a Mãe de Deus, sob a invocação de Nossa Senhora d'Abadia.

Estende-se, em volta do templo, um grande e pitoresco povoado que, do dito córrego tirando seu nome, é conhecido em todo o Brasil pela denominação de "Água Suja".

ORIGEM

A origem do povoado de Água Suja não gira em volta das lendas mitológicas como a de tantos outros, mas sim em torno de fatos históricos da vida nacional, conquanto acompanhados talvez por um quê de aventura!

Rua Cel. Graciano Falleiros de Aguiar (Água Suja)

Avenida “Nossa Senhora d’ Abadia” (Água Suja)

O descobrimento de diamantes no córrego de Água Suja deu origem ao povoado do mesmo nome: Trabalhava-se muito nas lavras da Bagagem-Diamantina, hoje Estrela do Sul, quando por ocasião da guerra com o Paraguai, as minas foram abandonadas pelo pessoal valido que fugia à designação para o serviço da campanha. Tal foi a causa ocasional do descobrimento de muitas minas e do prosseguimento dos trabalhos em outras, a esse tempo abandonadas. Esse pessoal valido. não querendo trocar a bateia pelo fuzil e pela espada, embrenhava-se por entre as matas marginais dos rios e córregos do nosso sertão e assim pôde descobrir importantes jazidas de ouro e diamante, contribuindo desta maneira, ainda que forçada, inconsciente ou aventureiramente, para a grandeza nacional Os soldados nos inóspitos campos do Paraguai com sua espada invicta cortavam louros, esboçavam brilhante diadema, ao mesmo tempo que os garimpeiros, com não menor perigo de vida muitas vezes, a eles se associavam, cavando o ouro e o diamante, preciosos adornos desse mesmo diadema, que todos os Brasileiros, aliás, å porfia trabalhavam, com quanto de maneiras diversas, e que a Mãe-ufana havia de cingir!

E assim que, em janeiro de 1867, um garimpeiro de nome Sebastião descobre diamante no gorgulho da encosta do córrego de Água Suja. Em pouco tempo, propagada a notícia, povoam-se as margens do

Vista Panorâmica da Avenida "Estrela do Sul (Água Suja)

córrego, e os renques de casinhas atestam a atividade febril da lavra. A esse tempo a única jazida explorada era o gorgulho (cascalho brotado); faziam-no descer em mais de cem couros de bois até o córrego, onde era lavado em bateão. Dentre os principais trabalhadores de então, podemos mencionar: Francisco Daniel, Joaquim Vieira, Cel. Cyrino, Cap. Caldas, Pedro Marciano, José Lopes, Clementino Borges, Manoel Dias da Cunha, Vicente Baracho, Joaquim Ribeiro, Alexandre José de Oliveira e outros. Quase todos vieram para o local sem maiores recursos, e, com o produto do serviço de garimpo, compraram escravos, terras e muitos deles fizeram fortuna! Foi durante os três primeiros anos que a mineração atingiu seu auge de prosperidade! Seus diamantes, que tão somente nos da Índia encontraram rivais, eram disputados em todos os mercados tanto do novo como do velho mundo!

O produto dos diamantes ativou tanto as construções de casas de habitação nas duas margens do córrego e de suas cabeceiras, que, decorridos poucos anos, os ranchos de capim cedem seus lugares a prédios espaçosos, e estes em alinhamento bastante regular multiplicam-se consideravelmente, a ponto de ser este povoado, quando incipiente ainda, contemplado com os foros de Vila! (Se não é errônea a tradição).

Foros estes que, sendo rejeitados por alguns dos moradores (míopes) porque os julgavam opostos aos seus interesses, até hoje também não tiveram aplicação...

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