Missão do cristão
28/04/2025Não só o cristão, mas todas as pessoas de bom senso têm o compromisso de defender a vida, defender aquilo que é o princípio da nossa existência. A missão é abrangente e atinge as áreas religiosas e espirituais, sociais, políticas, econômicas, ecológicas etc. É por isto que o Ano Jubilar de 2025 motiva as pessoas a serem “Peregrinas de Esperança”, sendo capazes de levar esperança para a sociedade.
A centralidade da missão evangelizadora e transformadora do cristão é Jesus Cristo ressuscitado. Assim, dizemos que as pessoas batizadas são discípulas de Cristo, pertencentes a uma Igreja e não está isenta de agir como Igreja. Sem assentimento aos ensinamentos de Jesus e sem renovação constante de vida, ela corre o risco de um ativismo infecundo, porque o ser humano tem suas fragilidades.
Nos primeiros tempos do cristianismo, a Igreja crescia com muita rapidez, graças à confiança na ação de Jesus e no testemunho dos primeiros cristãos. Hoje sentimos uma situação talvez inversa, sinal de que a postura e fidelidade ao Evangelho estejam esvaziadas. Basta ver como cresce o indiferentismo religioso. Creio que isto deva ser a primeira e mais importante tarefa das Igrejas, na sua missão.
Para enfrentar a imposição árida dos Imperadores Romanos, totalmente avessos ao cristianismo, os cristãos tiveram que agir com coragem e muita determinação. Não abriram mão de sua fé no Cristo ressuscitado. Diversos deles acabaram morrendo martirizados. Podemos citar o caso de São Sebastião, Santa Luzia, Santa Bárbara, Santa Inês, São Lourenço etc. Foi um tempo de sangue derramado.
A missão do cristão, porque ele não deixa de ser pessoa humana, depende muito de resistência, paciência e esperança, para superar a condição de impotência e fragilidade que o acompanham. Suas habilidades dependem, essencialmente, da força de Deus em sua vida. O ser humano está na esfera de seus limites, mas não pode descartar a possibilidade da dimensão de eternidade.
Exercer uma missão cristã, na evangelização, é agir como pescador. Foi aquilo que fez Jesus, indo de manhã, ao encontro de pescadores, nas margens do mar de Tiberíades. Naquela noite, a pesca tinha sido um fracasso. A eficácia do trabalho veio com o mandato de Jesus: Lancem de novo as redes (cf. Lc 5,4). Os frutos da missão dependem de abertura para o mandato de Jesus Cristo.
Dom Paulo Mendes Peixoto
Arcebispo de Uberaba.